O Método Schroth foi desenvolvido por uma mulher com escoliose, chamada Katharina Schroth. Não muito satisfeita com o seu tratamento, ela decidiu tentar uma abordagem que fosse mais funcional e que melhorasse sua qualidade de vida, pois naquela época utilizava-se uma cinta de ferro.
Com auxílio de um espelho, Katharina começou a fazer exercícios, inicialmente respiratórios, na tentativa de expandir suas concavidades. Após algumas repetições ela percebeu que poderia alcançar uma melhor correção postural, a partir de princípios que se tornaram a base do Método Schroth.
Sabemos que a Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA) é uma condição singular que requer avaliação detalhada e acompanhamento individualizado. Durante a avaliação buscamos detalhes como o interesse do adolescente em pratica de atividades física, seus hobbies, conhecer sua rotina para melhor ajuda-los com o programa de exercícios domiciliares, entender suas dificuldades e auxilia-los na resolução das mesmas. Para isso precisamos considerar dois ambientes, o clínico e o domiciliar.
O Método Schroth propõe um ambiente acolhedor, encorajador e ao mesmo tempo desafiador. Para isso dentro do ambiente clínico dispomos de diversos recursos como espaldar, bolas, elásticos, blocos de yoga, rolos, bastões, saquinhos de areia, faixas para fixação e tração, bancos, e o mais importante, o espelho que ajuda com feedback visual. Estes materiais nos auxiliam na otimização dos exercícios e na prática dos PSSE, dando mais suporte para as correções.
Já o ambiente domiciliar é bem variável e diretamente relacionado com as afinidades do adolescente, o espaço disponível para realização dos exercícios, o grau de conhecimento sobre seu corpo/tipo de curva e como corrigi-la, engajamento e disciplina durante a realização dos exercícios. Os recursos utilizados no ambiente clínico também devem ser utilizados e adaptados no ambiente domiciliar, porém são introduzidos gradativamente assim como os PSSE, de acordo com a capacidade de cada adolescentes e a condição financeira de cada família.
Conhecer os adolescentes e suas famílias é de suma importância para estabelecermos o melhor caminho durante as sessões e assim orientar e propor exercícios desafiadores e agradáveis de serem realizados tanto no ambiente clínico como domiciliar. Vale ressaltar que o êxito no tratamento não está diretamente relacionado ao número de recursos utilizados e sim com a qualidade na execução dos exercícios. Para isto faz-se necessária o acompanhamento com profissionais qualificados.
Referências
Weiss HR. The method of Katharina Schroth - history, principles and current development. Scoliosis 2011, 6:17. doi: 10.1186/1748-7161-6-17.
Berdishevsky H, Lebel VA, Bettany-Saltikov J, et al. Physiotherapy scoliosis-specific exercises - a comprehensive review of seven major schools. Scoliosis Spinal Disorders. 2016. doi: 10.1186/s13013-016-0076-9.
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