Ao longo dos últimos anos trabalhando de forma intensiva com deformidades da coluna, em especial com escoliose, muitas vezes ainda me surpreendo durante uma consulta inicial. Surpresa que por repetidas ocasiões, acaba sendo negativa. Fico com essa impressão e compartilho essa experiência, pois é extremamente frequente encontrar pacientes e famílias assustadas e acuadas pelo diagnóstico de Escoliose e pela apresentação “fria”, “puramente técnica”, “pessimista” e “alarmista” das opções terapêuticas.
A palavra Escoliose já traz em si uma série de preocupações e dúvidas tanto sobre o presente quanto com relação ao futuro daquela pessoa que recebe esse diagnóstico. O que posso fazer? O que farei? O que irá acontecer? Nesse momento o profissional de saúde tem que ser o mais acolhedor e humano possível para entender todas essas angústias do paciente e de sua família.
O rótulo de portador de escoliose não torna ninguém doente.
E praticamente ninguém com escoliose sente-se ou deveria sentir-se doente por isso. O diagnóstico pode ser uma oportunidade de buscar qualidade de vida e autoconhecimento com o apoio de familiares e de profissionais de saúde comprometidos.
Felizmente o conhecimento técnico avança de forma significativa no campo da escoliose e das deformidades da coluna em geral.
Felizmente a minoria dos casos requer uma intervenção cirúrgica.
Felizmente grupos multidisciplinares de profissionais de diferentes áreas estão cada vez mais atuando juntos na condução dos casos, na troca de experiências e compartilhando conhecimentos. Felizmente as opções terapêuticas tanto para tratamentos não cirúrgicos quanto para tratamentos cirúrgicos são cada vez mais seguras, eficazes e duradouras. A conversa no consultório, o bom exame físico e o cuidadoso alinhamento das expectativas sobre o tratamento são itens indispensáveis ao sucesso no “enfrentamento” e aceitação desse diagnóstico.
O melhor de tudo é que há luz no fim do túnel!
Conteúdo Autoral desenvolvido pelo médico ortopedista e nosso parceiro:
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